quarta-feira, abril 04, 2012

" RECONTOS"

OBS: Recontando Contos

Atividade desenvolvida com o 3º ano do EM.

“Felicidade Clandestina” ( Clarice Lispector)


Da visão da da própria dona do livro, a filha do dono da livraria.

Texto 1 - CONFLITO POR UM LIVRO

Na verdade eu não era tão feia quanto falavam. Eu era uma menina normal como as outras de minha idade. Tinha apenas uma diferença - pelo fato de ser filha do dono de uma livraria, minhas colegas pensavam que eu deveria saber tudo e devorar todos os livros da livraria de meu pai. Na verdade, eu já enjoará de tanto ler, não é porque elas me faziam companhia, que eu deveria emprestar os livros a elas.

Alugar livros e vendê-los era negócio de meu pai e não meu.

Conhecia aquela garota de vista, não sabia onde ela morava e o livro que ela queria emprestado era um dos livros mais caros da loja de meu pai, “Reinações de Narizinho” de Monteiro Lobato. Eu não queria emprestá-lo, pois se algum dano acontecesse ao livro, eu seria a responsável. Então, fui enrolando a garota, mas ela não desistia.

Um belo dia, minha mãe viu a menina a porta de nossa casa e, quando descobriu que era por causa daquele livro ficou horrorizada, pois sabia que eu nunca o havia lido. Refazendo-se, pegou o livro e disse que o daria de presente a ela.

Não sei se foi mais difícil ver a menina com o livro nas mãos ou ouvir que minha mãe a presentearia com o livro.

Nunca li aquele livro, porém percebi que mentiras, injustiças e falta de humildade não leva ninguém a lugar algum.

Aquela menina saiu saltitando com o livro em suas mãos, então percebi que nem sempre a felicidade é clandestina.

Aluna Silvana



Texto 2- Bonitinha

Ela era bonitinha, esguia, altinha, achatada e sem busto. Adorava livros, sempre me pedindo emprestado, sempre querendo ler, eu a fazia sofrer, mas não adiantava. Eu a humilhava e, ela sempre querendo ler e ler. Eu não suportava mais isso. Ela havia pedido para mim o livro as "Reinações de Narizinho” de Monteiro Lobato.

Eu percebi que ela queria muito aquele livro, então resolvi fazê-la sofrer. Disse que viesse pegar o livro no dia seguinte na minha casa, porém toda vez que vinha, eu falava:

-Você não veio de manhã e eu emprestei a outra amiga, mas amanhã ele vai estar aqui em casa, e no dia seguinte lá estava ela a porta de minha casa, pedindo-me o livro. Eu sempre dando a mesma desculpa.

Eu estava conseguindo derrotá-la, só assim ela me deixaria em paz. Não me pediria mais livros emprestados. No dia seguinte ela viria e então, eu seria a grande vencedora, porém não acontece como eu havia pensado, pois minha mãe desconfiada das aparições da magrela à porta de nossa casa todos os dias, ouve nossa conversa e fica furiosa, então minha mãe aparece e diz:

"Mas este livro nunca saiu aqui de casa" ...

Ela me olhava como se eu fosse uma criminosa, como se eu estivesse fazendo algo de errado, eu sei que estava, mas não queria emprestar o livro para aquela menina, era um direito meu! Mas minha mãe, não pensando como eu, emprestou o livro e disse-lhe que ficasse o tempo que quisesse com ele.

A menina saiu com o livro em suas mãos, andando devagar, feliz e sem falar nada!

Com o livro em suas mãos, feliz!

Feliz, pois sabia que finalmente iria ler aquela história fantástica que ouvira falar desde muito pequena.

O que aconteceu comigo!? Eu???

Eu me ferrei!!!!

Alunos: Renato e Eduardo


Da visão da mãe da menina, filha do dono da livraria.


Texto 3- A luta por um livro

Ela como sempre, extrovertida e de bons modos, era a filha que pedi a Deus, gostava de ajudar a todos.Era uma garota exemplar, ajudava nos trabalhos domésticos e era uma ótima aluna, dizem os professores. Uma menina que nunca esquece de seus amigos , adora admirar a natureza, e a maior qualidade dela é a sua apreciação por uma habitual e boa leitura.
Eu, mãe, neste contexto, lembrei-me de uma época em particular de minha vida, a qual, me deixara muito surpresa; o que dizer sobre minha querida e amada filha ! Naquele momento fiquei furiosa e com muita vergonha da filha que descobrira ter.

Após vários dias de observação, descobri que uma menina, amiga de minha filha, passava todos os dias em minha casa para pedir um livro emprestado a minha filha e, descobrira que todos os dias minha adorada filha mentia, dizia que emprestaria, porém todos os dias que a menina vinha soluçando a porta de minha casa, minha filha, má, dizia que já havia emprestado para outra amiga.
Quando ouvi, fiquei indignada, chocada com minha filha e, sem saber o que dizer, pensando na situação e no monstro em que tinha se transformado. Então, eu, mãe dela, tive que falar a verdade para a menina.
Disse que o livro nunca havia saído do quarto de minha filha.
Foi então que finalmente me refazendo, olhei firme e calma para minha filha : - Você vai emprestar o livro agora mesmo.
E para a menina; - e você poderá ficar com o livro o tempo que quiser.

Entenderam!!!!
A menina saiu de minha casa feliz, com o livro em suas mãos.

Naquele momento me senti uma mulher frágil e sensível, pois havia descoberto o horror causado por minha filha. Às vezes o orgulho dói bem mais do que a verdade, e descobrira a maldade de um ser gerado por mim.

3º ano - Ensino Médio - 2009

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